ilustração #02 | texto #16


Para as minhas irmãs conhecidas e desconhecidas;

Eu sei que você o ama e sei que você não quer ficar sem ele. Eu sei que vocês estão juntos há muito tempo e que você não quer perder todas as coisas bonitas que aconteceram

texto #15

Hoje no ônibus fiquei pensando no meu aniversário, pensando que iria fazer 20 anos e que finalmente teria uma idade par. Então me lembrei de quando estava nos anos iniciais da escola e não gostava de ter só uma palavra em uma linha, porque o ponto final não era uma companhia suficiente nenhuma palavra que fosse castigada com a solidão do universo das linhas de caderno. Com números era a mesma relação: sempre imaginei eles juntinhos de mãos dadas e um número triste, sozinho, no final das continhas.

Sempre foi muito solitária a vida das minhas palavras e números monogâmicos.

#DIY - refletor


Eu sou do tipo de pessoa que tenta fazer tudo em casa, faço essas coisas por pura vaidade. Sempre fico de olho em dicas de reciclagem (guardo todos potes e caixas que acho que podem ser uteis pra qualquer coisa a longo prazo), e num dia desses pela internet descobri isto aqui! São 10 dicas de coisas pra se fazer com potes de PRINGLES!

texto #14

Sobre a desvalorização do Artista

Hoje me marcaram em uma publicação no facebook, até então tudo ok, afinal, sou marcada em várias coisas sempre. Cliquei. Decepção, frustração; esses são os sentimentos que me atormentaram por toda a tarde.

poema #15

vi meu sapato sujo,
vi que sapato sujo é rastro de caminho passado pelo pé

redundante

em seu cotidiano

cronometrado

e os meus sapatos estão sujos de rotina
será que lavo?

texto #13

Estava com meu namorado na fila de uma casa noturna e existiam duas filas: uma masculina e outra feminina - que os seguranças só alertam as mulheres quando se aproximavam da entrada, já que a fila masculina era enorme e a escondia. Quis permanecer na fila gigantesca ao lado do meu namorado, e uma mulher atrás de mim também ficou ao lado de seu companheiro. Até que num desses chamados do segurança avisando sobre a fila feminina, o segurança nos chama, e aí numa brincadeira o companheiro desta mulher diz: "essa aqui não é mulher, é travesti". Assim que ele disse, eu apavoradamente o olhei e disse que era um comentário absurdo. Fiquei indignada com aquelo: sua brincadeira queria dizer que sua companheira não mereceria estar na fila feminina se fosse trans*, então, mulheres trans* são menos mulheres que as mulheres cis* e deveriam permanecer na fila masculina. Se houvesse uma mulher trans* que quisesse entrar naquele lugar, ela deveria então estar na fila masculina? Só um órgão sexual tem o poder de definir gênero? Até quando essas brincadeiras vão ser simplesmente tomadas como despretensiosas e não como crime se estão repletas de preconceitos?

Se eu, como mulher cis* não defender também a mulher trans* até que não seja necessário existir esta distinção entre nós duas, vou automaticamente aceitar discursos sociais repletos de preconceitos como inofensivos.

Se eu, como um individuo na sociedade não intervir, como nesse caso em que o preconceito é uma brincadeira, deixarei que uma minoria tenha sua opressão deslegitimada.

ilustração #01 | texto #12

                                                         




Eu pensei muito antes de publicar essa foto, tive mesmo.
Medo porque família, amigos e conhecidos podem falar coisas dolorosas, me reprimir. Medo porque,