Desde o inicio me faltou coragem e a insegurança foi tanta que me senti compactada e atrofiada dentro dela. Até eu me levantar e me inscrever, a tarefa de vencer a vergonha foi como mover uma pedra gigante e cheia de espinhos, foi um árduo trabalho dos meus amigos me darem força para isso, mas conseguimos. Depois de me inscrever, começou o medo. Ficava apavorada a cada vez que um nome era sorteado, podia ser eu e então não haveriam mais desculpas para me salvar de ficar na frente de vários desconhecidos lendo. Como eu sou tímida e não sabia, a gente se surpreende muito quando se coloca de frente a novas experiências. Foram vários nomes de agonia até o meu. Então me levantei, disse um boa noite que nem sei se realmente foi dito e abri o sketchbook. Entrei dentro do caderninho e de lá, com muita dificuldade recitei as minhas palavras, o meu texto. Não sei se houveram palmas, gritos ou alguém interessado. Mas sei que quando acabou, senti um alivio imenso. 1x0 pra mim.
* Li o Caos e Coisa num sarau chamado Em Nome do Amor que aconteceu no domingo 19/01 em Belo Horizonte, onde eu moro. A foto é do Stan Carvalho (flickr). *
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